Criciúma pode ter um novo Colégio Policial Militar em breve.
O Projeto foi apresentado pela Polícia Militar (PM) de Criciúma à Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) no fim do mês passado. Porém, a ideia não foi bem aceita por todos.
Acontece que o possível espaço destinado para a implantação do colégio é a Escola Heriberto Hülse, localizada no Bairro Próspera. Na manhã de sexta-feira, os professores da instituição se reuniram para debater sobre o assunto e demonstrar descontentamento sobre o caso.
O professor e assistente técnico pedagógico da escola, Ronivon Teixeira, argumenta que eles não são contra a implantação de um colégio militar na cidade, mas não aceitam a proposta de ela substituir a Escola Heriberto Hülse. “Entendemos que existe uma parcela da comunidade interessada em colocar seus filhos em um ensino militar. Só que não vemos com bons olhos a ideia de implantá-la onde hoje já existe uma escola. O motivo principal é o pouco número de alunos, mas isso só aconteceu porque entramos por um processo de municipalização do Ensino Fundamental, reduzindo o quadro”, destacou.
Comunidade quer ser ouvida
Outra reclamação é quanto às decisões sendo tomadas sem a participação da comunidade formada por professores, alunos, pais da escola e pelos moradores do Bairro Próspera.
Atualmente, os estudantes estão em recesso, mas quando acontecer a volta às aulas uma nova reunião deve ser feita. “Os professores são unanimidade nesta decisão. Mobilizaremos o conselho escolar, sindicato dos professores, associação de moradores, alunos e debater isso com transparência. Nossa intenção é fazer uma audiência pública com a presença do Ministério Público para que nosso pedido seja ouvido. Um colégio militar é seletivo, os filhos de policiais e bombeiros terão prioridade e queremos continuar atuando como escola do povo”, pontou Teixeira.
Comandante da PM acalma as contradições
Em princípio o projeto deve ser executado no início do ano letivo de 2019 e a previsão é de que sejam montadas duas turmas com 35 alunos a partir do 6º ano.
O comandante da 6ª Região de Polícia Militar, Coronel Cosme Manique Barreto, respondeu ao descontentamento afirmando que a intenção de implantar o Colégio Policial Militar no Heriberto Hülse foi devido à proposta apresentada. “Aquela unidade, por conta dos poucos alunos, em breve deve ser utilizada para outra atividade. Não queremos causar tumultos, se não der desse projeto sair agora, não tem problema. Quem vai dizer se ele vai para frente ou não, não são duas pessoas, é o desejo da comunidade”, avaliou.
Sobre ser intitulado como um colégio seletivo, Barreto rebateu dizendo que quem fala isso está mal informado. “Fizemos um levantamento e o número de alunos filhos de militares não deve chegar nem a 40% das vagas. O restante será aberto ao público em geral. Inclusive os estudantes que lá estão poderão permanecer estudando lá caso a família assim desejar”, frisou.
O comandante disse ainda que a Polícia Militar está aberta a todo e qualquer diálogo que for necessário. Segundo ele, a iniciativa de abrir o colégio militar partiu da própria demanda de uma parcela da população de Criciúma que pede por uma opção de escola nesse molde. “Não queremos obrigar ninguém a estudar lá ou fechar escolas. Volto a dizer que foi nos apresentado que aquela unidade deve ter os alunos remanejados em pouco tempo. Foi o mesmo que aconteceu no Bairro Boa Vista, onde hoje opera uma base da PM. Se houver essa possibilidade, daremos continuidade no projeto, se não houver, iremos rediscutir”, concluiu.
A reportagem também tentou contato com o secretário-executivo da Agência de Desenvolvimento Regional, mas as ligações não foram atendidas.
Fonte: Lucas Renan Domingos/A Tribuna