Justamente na fase com a maior média de mortes pela covid-19, os brasileiros resolveram ficar cada vez menos em casa. O índice de isolamento social, medido pela startup In Loco, aponta que os últimos dias úteis no país tiveram as menores marcas registradas desde a segunda semana de março, ou seja, antes de os estados publicarem decretos para fechamento ou redução de serviços não essenciais para conter o novo coronavírus.
Ontem, o país registrou o maior número de mortes em 24 horas: 1.582 óbitos. Foi o dia mais letal da pandemia.
Segundo os dados da startup —que usa a localização por GPS de 60 milhões de celulares—, na terça e quarta-feira desta semana, a média ficou em 32%, menor que qualquer índice medido em um mesmo dia desde o meio de março. Na sexta-feira passada, esse índice chegou a 31,8%, o mais baixo desde o dia 13 de março de 2020, quando o percentual ficou em 30,1%. Àquela altura, o país ainda não tinha registrado nenhuma morte pela covid-19 (a primeira foi no dia 16 de março).
Até aqui, o maior índice de isolamento registrado ocorreu no primeiro fim de semana de medidas restritivas adotadas por estados: em 22 de março, um domingo, 62,2% dos brasileiros não saíram de casa. Em regra, os sábados e domingos têm taxas de isolamento bem maiores do que os dias da semana. Os estados com melhores índices de isolamento social são os do Norte e Nordeste, onde muitos governos tomaram medidas mais rígidas para conter a explosão de casos —a exemplo de Acre, Ceará, Bahia, Amazonas e Rondônia, que enfrentam redes de saúde lotadas. O líder em isolamento ontem era o Acre, com 42,3% da população fazendo isolamento social. Amazonas, Ceará, Roraima e Rondônia vêm em seguida.
No lado oposto, o Tocantins teve o menor índice de isolamento do país (28,5%), seguido por Goiás, São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.