Completou hoje, dia 30, uma semana que o Portal Melhores Publicações solicitou a lista de colaboradores da Associação Feminina de Assistência Social de Criciúma (Afasc).
O pedido de informação, com base na Lei nº 12.527/2011, foi feito após os episódios envolvendo duas crianças que ficaram feridas em creches administradas pela Afasc. Após os fatídicos acontecimentos, a nossa reportagem apurou, através do Portal de Transparência da Afasc, que a entidade recebeu mais de R$ 264 milhões em recursos públicos nos últimos quatro anos.
Atualmente, há 1850 colaboradores que fazem parte da Afasc, conforme os últimos dados divulgados no Portal de Transparência.
Na tarça-feira (23), em contato com o diretor-executivo da entidade, Adriano Boaloli, o mesmo informou que os dados (quem são, onde trabalham, quantos recebem) relacionados aos funcionários da Afasc estavam disponíveis no Portal da Transparência, fato este inverídico.
Pais questionam silêncio
Quarta-feira, dia 24, o vereador Nicola Martins (PL) anunciou que a partir de uma reunião extraordinária ocorrida a câmara de vereadores, ele solicitaria os relatórios das sindicâncias dos casos envolvendo as duas crianças feridas na creches administradas pela Afasc, um estudo para instalação de câmeras nas salas de primeiros grupos e dados relacionados aos funcionários da entidade, como lotação e remuneração. Após a divulgação da matéria que informou que a Afasc estava se recusando a fornecer informações sobre quem são os colaboradores da instituição, alguns pais procuraram a nossa reportagem.
Desde 2017, ao menos três vereadores solicitaram informações sobre quem são os colaboradores da Afasc. O Nicola é o quarto. Na última campanha, em 2020, a instituição serviu para eleger uma vereadora. Você tem dúvidas que agora será diferente? Minha primeira filha estudou em uma creche da Afasc, isso em 2018. Na época, o atendimento nas salas já era complicado. Agora, tenho outro filho estudando. Piorou ainda mais. Ele só continua lá porque não tenho condições de colocar ele em um local melhor. Primeiro foi o caso dos desvios de carnes, agora estão tentando esconder quem são os funcionários, por quê? A gente sabe que lá tem mulher de vereador trabalhando, que tem pessoas vinculadas a políticos da cidade, que tem pessoas com altos salários. Cade o Ministerio Publico?, disse um pai que preferiu não se identificar.
Na semana passada, Adriano registrou um boletim de ocorrência com informações falsas sobre o pedido de informações realizado pela nossa equipe, alegando que foi ameaçado e que presencialmente tentamos obter as informações acessando espaços restritos da Afasc, fato fictício.
Adriano, que é esposo de uma pré-candidata a vereadora em Criciúma, ao ser questionado mais uma vez via WhatsApp sobre a disponibilização da lista de funcionários, apagou a mensagem onde ele falava que iria responder a nossa solicitação.
Procurado, Adriano não se manifestou sobre os fatos narrados nesta matéria.