O Auditório Ruy Hulse, no campus da Unesc, foi o palco nesta quinta-feira (28/04) para a 1ª Conferência Municipal de Saúde Mental de Criciúma. O evento foi promovido pela Prefeitura de Criciúma por meio da Gerência de Saúde Mental, com o apoio e organização do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde, da Universidade. O encontro teve como tema “A política de Saúde Mental como direito: pela defesa do cuidado em liberdade, rumo a avanços e garantia dos serviços de atenção psicossocial no SUS”.
Esta temática também será discutida e trabalhada na 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental (CNSM), marcada para ocorrer em novembro, entre os dias 8 e 11, na Capital Federal e organizada pelo Ministério da Saúde. O foco principal da 5ª CNSM visa “fortalecer e garantir Políticas Públicas: o SUS, o cuidado de saúde mental em liberdade e o respeito aos Direitos Humanos”.
Até o encontro nacional, ainda ocorrerão mais duas etapas: a macrosul, nos dias 7 e 8 de junho, reunindo as regiões da Amrec, Amesc e Amurel, também no Auditório Ruy Hülse. No dia 30 de junho, em Florianópolis, acontece a etapa estadual. As Conferências serão espaços ideais para a construção e atualização participativa das políticas públicas no campo da Saúde Mental, conforme rege a legislação do Sistema Único de Saúde (SUS).
Os cuidados em Liberdade como Garantia de Direito à Cidadania; a Gestão, financiamento, formação e participação social na garantia de serviços de saúde mental; a Política de saúde mental e os princípios do SUS: Universalidade, Integralidade e Equidade e os Impactos na saúde mental da população e os desafios para o cuidado psicossocial durante e pós-pandemia, foram os eixos abordados.
As discussões e o documento elaborado em cada etapa, conforme professora e coordenadora do programa de Residência Multiprofissional em Saúde Mental, Bruna Giassi Wessler, servirão para nortear a elaboração de políticas públicas nacionais para a saúde mental. “O objetivo será efetivar serviços que garantam o cuidado de qualidade com a saúde mental em espaços abertos, substituindo a lógica manicomial”, comenta.
Propostas Valiosas
As propostas extraídas na primeira Conferência de Saúde Mental do Município de Criciúma serão levadas para as próximas três etapas. Cinco grupos de trabalho debateram os eixos principais, discutindo os aspectos de saúde mental e direitos humanos; cidadania e cuidado em liberdade; gestão-financiamento e educação permanente em saúde; intersetorialidade e integralidade, principalmente nas políticas públicas de atenção básica e os cuidados em Saúde Mental durante e após a pandemia.
O documento elaborado com o resultado das discussões contempla propostas para as esferas municipal, estadual e nacional. “Em todos os eixos o debate foi muito rico e participativo”, afirma a professora.
A Conferência contou com a presença de usuários, familiares e trabalhadores, incluindo os residentes, gestores e prestadores de serviços. “Foi uma participação paritária, muito importante com o envolvimento da sociedade civil organizada, do Conselho Municipal de Saúde, da Associação de Usuários e Familiares de Saúde Mental e de vereadores”, destaca ainda.
O encontro também serviu para eleger 12 delegados titulares e 12 suplentes que estarão participando das próximas etapas. A delegação será representada por usuários, trabalhadores, prestadores de serviços e gestores da rede de saúde mental do Município.
Para Bruna, a primeira edição do evento significa um avanço para a área da saúde mental do município e, claro, regional, estadual e nacional. “Foi um evento que com certeza se tornou histórico pela quantidade de pessoas que participaram. Mais de 500 pessoas discutindo e apresentando propostas valiosas. A riqueza da participação, da representação paritária, democrática que aconteceu, dialógica. Nossos residentes fizeram bonito demais para que este momento acontecesse. E,mais uma vez, a Unesc faz a diferença na vida da comunidade, da população. É uma honra enquanto Programa, enquanto Residência, estar fazendo parte desse momento e contribuindo para a melhora das nossas políticas de saúde mental que temos atualmente”, avaliou.
Fonte: Fonte: Agecom Unesc