O ex-presidente da República Michel Temer (MDB) foi preso em São Paulo na manhã desta quinta-feira (21) em um desdobramento da Operação Lava Jato. A prisão foi autorizada pelo juiz federal Marcelo Bretas, no Rio de Janeiro, para Temer está sendo levado. O emedebista já está no aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo.
Além de Temer, os ex-ministros Moreira Franco, Eliseu Padilha e o ex-assessor de Temer, Coronel Lima, também são alvos da operação, de acordo com o canal por assinatura GloboNews, ao todo seriam oito mandados de prisão. Moreira Franco já foi preso, no Rio de Janeiro, também segundo a GloboNews.
Temer deixou o governo já com três denúncias criminais para responder na Justiça - todas serão foram à primeira instância ao fim do mandato.
As duas primeiras tiveram origem na delação de executivos da JBS e acusam Temer e aliados de receber propinas de empresas beneficiadas por decisões do governo ou contratos públicos.
Na terceira, a atual procuradora-geral da República, Raquel Dodge, denunciou Temer sob acusação de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em inquérito que apura um esquema criminoso no setor de portos.
O presidente nega todas as acusações e se diz vítima de uma perseguição.
Questionado por jornalistas se temia ser preso ao deixar o Planalto e perder as proteções garantidas pelo cargo de presidente, Temer se mostrava ofendido.
"Não estou preocupado com esse assunto. Até porque chicotear o presidente é uma coisa. Já o ex-presidente já não vai ter muita graça", disse à revista Época no fim do ano passado.
Vítima de 'trama'
O ex-presidente Michel Temer afirmava, em discursos e entrevistas, ser vítima de uma "trama".
Temer chegou à Presidência em maio de 2016 após o afastamento de Dilma Rousseff e deixou o poder em 1º de janeiro deste ano com apenas 5% de aprovação popular.
Sua derrocada teve início em março de 2017 quando recebeu o empresário da JBS Joesley Batista no Palácio do Jaburu.
Em gravação feita pelo executivo entregue à Lava Jato, o presidente é ouvido falando "tem que manter isso aí, viu?", sobre a boa relação de Joesley com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que também está preso em Curitiba.
O executivo registrou a conversa para usá-la em uma delação premiada, e a Procuradoria-Geral da República acusou Temer de dar aval para uma mesada ao ex-deputado. Depois, a legalidade do acordo de delação foi posta em xeque quando veio à tona indícios de que o procurador da República Marcelo Miller, ligado ao então procurador-geral da República Rodrigo Janot, teria orientado as ações de Batista.