Professor diz ter sido agredido por aluno em escola de Curitibanos

Um professor de matemática de uma escola municipal de Curitibanos, na região serrana de SC,...

Por Tcharlles Fernandes

Um professor de matemática de uma escola municipal de Curitibanos, na região serrana de SC, diz ter sido agredido por um aluno de 13 anos dentro da sala de aula. Jhonny Tessari, 29 anos, relata que teria recebido socos no rosto e chutes nas pernas no início da aula de segunda-feira. Conforme o professor disse à polícia, a agressão começou porque o estudante não aceitou ser cobrado pelo uso do uniforme, que é obrigatório na unidade de ensino.

— Não foi um caso esporádico, ele continuamente vem sem uniforme. Simplesmente pedi para ele colocar a jaqueta que faz parte do uniforme, ele disse que não ia, que eu não era o pai dele. Nesse momento então eu me levantei e pedi para ele se retirar da sala para resolvermos isso na secretaria, como acontece de praxe nesse tipo de situação. Ele já saiu com os punhos fechados, bastante nervoso, e partiu para agressão. Me deu um soco na mão e começou os chutes, consegui tirar ele para fora no corredor, aonde ele acabou me agredindo mais e me acertando os socos — conta Jhonny.

Um boletim de ocorrência foi registrado na segunda. Na manhã desta terça-feira, o professor fez o exame de corpo de delito.

O adolescente estudava há dois meses na escola. Segundo a direção da unidade, ele já tinha um histórico de mau comportamento, incluindo xingamentos a outros professores, mas essa teria sido a primeira vez em que houve agressão. O garoto esteve com a mãe no Conselho Tutelar de Curitibanos, que também acompanha o caso.

— Nós fizemos o encaminhamento depois de adverti-los e orientá-los. O encaminhamento é para o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), para ter no primeiro momento um atendimento com psicólogo e assistente social — explica o conselheiro Delso Fogaça.

O aluno está suspenso da escola até a próxima semana, enquanto a direção apura o que aconteceu. Segundo a delegada regional Roxane Fávero Pereira, todas as testemunhas já foram ouvidas e falta apenas o laudo da pericia feita no professor para que o caso seja encaminhando ao Ministério Público. Uma audiência está marcada para o fim de setembro no fórum da cidade para definir como o estudante deve responder pelo ato infracional.

Ato em apoio ao professor

Alunos e professores de uma outra escola pública de Curitibanos, em que Jhonny já deu aula, realizaram um ato nesta terça em apoio a ele e contra a violência na escola.

Casos semelhantes

Em 2017, dois casos envolvendo ameaças e violência a professores ocorreram no Vale do Itajaí. No dia 19 de julho daquele ano, um professor da rede pública foi ameaçado de morte por dois alunos em Rio do Sul. A Polícia Militar chegou a ser acionada pela escola, que fica no bairro Barra do Trombudo. No dia seguinte, os dois alunos, de 13 e 14 anos, voltaram a ameaçar o professor. O caso foi testemunhado por outra profissional. Os estudantes foram levados para a delegacia de Rio do Sul e liberados em seguida, na presença dos responsáveis.

Em 21 de agosto de 2017, a professora de Língua Portuguesa Marcia de Lourdes Friggi, 51 anos, foi agredida com socos por um aluno de 15 anos. Conforme relato da professora, uma discussão teria iniciado após ela ter pedido que o estudante tirasse um livro do meio das pernas e colocasse em cima da mesa. O jovem teria se negado e xingado a professora, que o encaminhou até a diretoria. Após relatar o caso na direção, o jovem teria começado a agredir a professora com socos. Ela ficou ferida e precisou receber pontos na altura do supercílio.

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